sexta-feira, julho 07, 2006

“Somália – Pena capital para os que não rezarem.”

“Um alto representante dos tribunais islâmicos somalis (…) defendeu a aplicação de pena de morte a todos os muçulmanos que não respeitarem as orações previstas na sharia (lei corânica). “Aquele que não cumprir as preces será considerado um infiel e a lei islâmica ordena que essa pessoa seja morta”” in PÚBLICO

Tenho total a consideração por todas as fés, convicções e ideologias alheias, porque acredito que com a mesma intensidade que tenho as minhas, outros tenham as deles; portanto a minha indignação não se rege por uma ideologia exacerbada; pauta-se antes pelo respeito pela vida e dignidade humana, que me parece estar cada vez mais em desuso nos dias que correm. Como é que é possível, no sec. XXI, em nome da religião e de um Deus, permitir-se este tipo de actos? Como é possível que Seres Humanos (pouco merecedores desse nome) em nome dessa ideologia ou usando-a para mascarar o seu mau “caractismo”, advenham de altos cargos e apresentem este tipo de coisas? Como é que é possível, no sec XXI as organizações mundiais de direitos humanitários NÃO TEREM AINDA FEITO NADA A ESTE RESPEITO???? Como é possível haver ainda um desrespeito tão grande pela vida humana, pela privacidade do indivíduo enquanto cidadão e detentor de convicções e ideologias próprias? É de facto abominável…

Num território onde a fome, a desgraça, a pobreza são manifestos e aterradores, a preocupação dos detentores de altos cargos são as orações. Nem vou entrar por aí, senão o post ficaria demasiado longo, a lembrar o que já toda a gente sabe.

terça-feira, julho 04, 2006

IVG

Ultrajante, revoltante, inominável, é o que se pode dizer da lei que regula a prática do aborto em Portugal.

As mulheres e/ou casais, no país livre e democrático que é Portugal, não podem, no sec XXI, fazer um aborto se assim o entenderem.

Uma decisão tão dolorosa como a decisão de fazer uma IVG (interrupção voluntária da gravidez) que não é (ou não deverá) ser tomada de ânimo leve, deveria no mínimo ser apoiada pelo governo. Proporcionando este, meios técnicos e apoios psicológicos para que depois desta acontecer, os indivíduos pudessem encarar a vida sem o fardo pesado da culpa e para que as condições físicas da mulher pudessem ser garantidas.

As nossas leis nem tão pouco fazem sentido. Em Portugal o aborto é permitido perante situações como: má formação do feto, violação da mãe e perigo de vida desta. Ora, se por um lado estas leis permitem a IVG nestas circunstâncias, as que a proíbem baseiam-se noutro “peso e medida” para todos os restantes casos. Se o que está em causa é a vida do feto, “que não deverá ser posta em causa”, então as leis que permitem o aborto vão de toda a feição contra a dita declaração, uma vez que independentemente de má formação, de violação ou de risco de vida para a mãe, o feto continua a ter direito à vida! Ou não?

Há inúmeras razões pelas quais a gravidez indesejada deve ser interrompida (não cabe aqui enumerá-las), que quando impedidas se traduzem em situações catastróficas tanto para os progenitores, como para os seres humanos que vieram ao mundo, indesejados.

Já estava na hora desta lei ser revista e despenalizada a pratica da IGV.

Além de que não é a existência de uma lei proibitiva, que vai impedir a realização destas praticas, e não vamos tapar o sol com a peneira, porque independentemente de ser proibidos ou não, as IGVs vão continuar a acontecer. Porém, podemos decidir se vão ser feitas em condições dignas e humanas, ou se vão continuar a morrer mulheres, a ficar inférteis ou se vamos continuar a faze-las no país vizinho ou ainda se vão continuar a nascer crianças indesejadas em situações precárias, abandonadas sem amor e sem carinho!!!!

Este é o nosso país….estas são as nossas leis….e estes…também somos nós, que permitimos que nada se faça!

domingo, julho 02, 2006

Prioridades....onde estão? Quais são?

Ouvi dizer, por parte de várias pessoas, que “não há nada mais importante que o jogo Portugal – Inglaterra”. Hoje, e desde o inicio do mundial, que o nosso país parou…parou o país e pararam os cérebros dos seus cidadãos. As suas preocupações resumem-se a isto…é, é verdade! Estou impossibilitada de dormir, porque os nacionalistas meus vizinhos, resolveram mostrar o seu patriotismo e falta de respeito pelo descanso alheio, andando pela cidade em caravana com a buzinas, as bandeiras e os gritos desmedidos, eufóricos e absurdos. Pronto, pronto…sou eu que sou desmancha-prazeres …. Entretanto o mundo vai girando, no país e no mundo vão acontecendo descalabros e verdadeiros atentados à nossa integridade moral e à nossa inteligência.

Mas o país está demasiado ocupado em gastar energia a festejar o mundial.

Não consigo perceber, porque é que não dispomos da mesma energia para nos preocuparmos com o que de facto é importante, com o que de facto afecta as nossas vidas o nosso bem-estar e a nossa qualidade de vida.

Os média dão o real destaque ao desporto, deixando para segundo plano a vida do país…opsss perdão a vida do país é o futebol., não é o militar que mata jovens, nem as 62 escolas que vão ser fechadas, nem o descalabro do Alberto João Jardim e as suas atitudes (e palavras) pouco democráticas, nem as mudanças no governo (o caso da demissão de Freitas) as medidas do governo em geral….

Andaremos a trocar prioridades????