terça-feira, julho 04, 2006

IVG

Ultrajante, revoltante, inominável, é o que se pode dizer da lei que regula a prática do aborto em Portugal.

As mulheres e/ou casais, no país livre e democrático que é Portugal, não podem, no sec XXI, fazer um aborto se assim o entenderem.

Uma decisão tão dolorosa como a decisão de fazer uma IVG (interrupção voluntária da gravidez) que não é (ou não deverá) ser tomada de ânimo leve, deveria no mínimo ser apoiada pelo governo. Proporcionando este, meios técnicos e apoios psicológicos para que depois desta acontecer, os indivíduos pudessem encarar a vida sem o fardo pesado da culpa e para que as condições físicas da mulher pudessem ser garantidas.

As nossas leis nem tão pouco fazem sentido. Em Portugal o aborto é permitido perante situações como: má formação do feto, violação da mãe e perigo de vida desta. Ora, se por um lado estas leis permitem a IVG nestas circunstâncias, as que a proíbem baseiam-se noutro “peso e medida” para todos os restantes casos. Se o que está em causa é a vida do feto, “que não deverá ser posta em causa”, então as leis que permitem o aborto vão de toda a feição contra a dita declaração, uma vez que independentemente de má formação, de violação ou de risco de vida para a mãe, o feto continua a ter direito à vida! Ou não?

Há inúmeras razões pelas quais a gravidez indesejada deve ser interrompida (não cabe aqui enumerá-las), que quando impedidas se traduzem em situações catastróficas tanto para os progenitores, como para os seres humanos que vieram ao mundo, indesejados.

Já estava na hora desta lei ser revista e despenalizada a pratica da IGV.

Além de que não é a existência de uma lei proibitiva, que vai impedir a realização destas praticas, e não vamos tapar o sol com a peneira, porque independentemente de ser proibidos ou não, as IGVs vão continuar a acontecer. Porém, podemos decidir se vão ser feitas em condições dignas e humanas, ou se vão continuar a morrer mulheres, a ficar inférteis ou se vamos continuar a faze-las no país vizinho ou ainda se vão continuar a nascer crianças indesejadas em situações precárias, abandonadas sem amor e sem carinho!!!!

Este é o nosso país….estas são as nossas leis….e estes…também somos nós, que permitimos que nada se faça!

Sem comentários: